terça-feira, 2 de abril de 2013

Filosofia (Interação da nossa amiga Flávia na plataforma)

Queridos tutores, me deparei com uma frase que não sei se compreendi bem.
Texto 1, primeira página, última linha, trata da forma como a filosofia era vista há alguns anos? ou como ela se apresentava?
"... ela se constituiu numa reação contra o poder dogmático que em nome da filosofia foi exercido pelo Estado..."
 ela quem? a filosofia?
o poder dogmático foi exercido pelo estado em nome da filosofia?
a filosofia é contra ou a favor do dogmatismo?
Obrigada por ajudarem.
Boa noite, Flávia,
“Ela” se refere à reflexão filosófica, fundamental para a transformação da realidade. Mas a filosofia enquanto um “saber”, isto é, com sua tradição, também foi apropriada pelo Estado durante a história. Temos como exemplo a filosofia medieval, na qual havia a tentativa de responder questões religiosas a partir da tradição filosófica (São Tomás de Aquino, por exemplo, usou a herança aristotélica para explicar algumas questões filosófico-religiosas), vale lembrar que durante muito tempo o Estado assumiu as verdades da Igreja.
Sobre a filosofia ser contra ou a favor do dogmatismo, deve ficar claro que a filosofia – enquanto atividade de reflexão, de questionamento – não define o que é a verdade, mas os filósofos a definem (ou até afirmam não existir verdade absoluta) a partir de seus argumentos próprios. A filosofia é a favor do dogmatismo a partir do momento em que o filósofo se utiliza dela para defender um ponto de vista dogmático, como foi o caso da filosofia medieval. Mas em si mesma a filosofia garante ao pensador a possibilidade de reflexão e de mudança.
Espero ter ajudado, Atenciosamente, Marcio Francisco.
Na segunda página, segunda linha: "A substituição da antiga autoridade filosofica ... e foi finalmente selada.
Veja se entendi corretamente: A filosofia tinha um poder autoritario, que foi substituido pelo saber científico. 
Fiquei com dúvidas neste texto pq pela minha interpretação a filosofia era autoritária, diferente da forma como aprendi há alguns anos atrás na qual filosofar era ver a vida de uma forma única pra cada um, algo peculiar que levamos conosco, e de repente ela passou a ser autoritária, é isso mesmo?
Obrigada pela ajuda.
Prezada Flávia,
                Como vimos na resposta da sua pergunta anterior, a partir do momento em que a tradição filosófica é considerada a fonte de saber oficial, este saber passa a significar uma autoridade, isto é, o pensamento filosófico ganha confiabilidade. O que caracterizava a filosofia não era um “autoritarismo”, mas uma “autoridade” capaz de estabelecer parâmetros para definição do que seja o conhecimento, já que a investigação filosófica não é uma mera criação, mas um trabalho que é fruto da reflexão da razão humana.
                Você diz que “...há alguns anos atrás na qual filosofar era ver a vida de uma forma única pra cada um, algo peculiar que levamos conosco, e de repente ela passou a ser autoritária, é isso mesmo?”. Note que fazer filosofia não é simplesmente falar o que nós “achamos” que deva ser as coisas, a filosofia exige de nós um trabalho sério de reflexão, empreendido pelos filósofos ao longo da história. Por isso temos a possibilidade de ver o filosofar (trabalho de reflexão com vistas à compreensão da realidade) e a história da filosofia (conjunto de reflexões importantes que, por possuírem credibilidade, exercem influência).
Vamos a sua próxima pergunta, Atenciosamente, Marcio Francisco.
A Pedagogia foi formada pelas ciências da educação advindas do saber científico, que eram baseados na filosofia antiga?  
Agradeço a ajuda.
Olá, Flávia.
Como podemos perceber no texto, a pedagogia sofria influência da metafísica (linha de estudos da filosofia) desde a antiguidade, mas passou a perder força enquanto uma reflexão filosófica, já que o desenvolvimento científico começou a trazer respostas mais práticas para os desafios que diziam respeito às metodologias de ensino e administração escolar. Ou seja, a pedagogia deixou de sofrer influência da filosofia para ser modelada cada vez mais pelas ciências.
Atenciosamente, Marcio Francisco.
Queridos tutores,
Na página 11, penúltimo parágrafo: "... prática de formação coletiva de subjetividades reflexivas e deliberantes de que a democracia carece." 
Estas práticas seriam a práxis?
Olá Flávia, 
Em relação a sua dúvida, a práxis é exatamente uma atividade crítica e criativa que se propõe a aplicar a teoria, superando as limitações desta, pois a práxis é movimento, é ação. O trecho que você destacou está relacionada a educação e a definição filosófica desta. A práxis deve estar presente na atividade humana, isso inclui a educação.
Maria Cecília Tutora à Distância
Prezados tutores,
Se a história da filosofia é elitista. Por que foi como uma luta contra o elitismo que as mais belas páginas filosoficas foram escritas?
Rosa
Prezada Rosa,
Como o texto nos aponta, temos na filosofia uma “atividade de pensar” que é capaz de romper as barreiras de um pensamento preso a certezas (muitas vezes incertas) e de transformar o modo do homem perceber a si mesmo e o mundo que o circunda. Por outro lado, com o desenvolvimento da filosofia na história da humanidade, esta atividade de pensar deixa de ser um privilégio de todos e passa a pertencer a um grupo reduzido, tal como aconteceu com o surgimento da escola platônica.  A filosofia elitista é aquela cujos adeptos não acreditam que a atividade de pensar pode ser destinada a todos. E você, o que acha; será que nossa sociedade valoriza a autonomia do pensamento, isto é, o poder do questionamento que transforma a nossa visão de mundo e o modo como nos relacionamos?
Espero tê-la ajudado e estamos disponíveis para novos questionamentos. 
Atenciosamente, Marcio Francisco.
Prezado tutor Marcio Francisco,
em resposta a seu questionamento, digo que não, pois a escola alicerce de todo conhecimento usado pela sociedade, nos conduzem a uma ideologia da classe dominante, onde o sujeito é ensinado a ser conduzido pelo poder de uma minoria, fazendo acreditar, que tudo que está  pre determinado é o melhor, transformando-nos em meros observadores, mecanicamente docilizados.
 até breve, Rosa
Boa Tarde! 
Gostaria que me ajudassem a entender melhor esta questão e as expressões determinações observáveis e regularidades verificavéis.
Seria tudo que a ciência pudesse comprovar e explicar? 
No texto: Haveria, pois uma produção científica da educação que teria por tarefa a identificação de determinações observáveis, de regularidades verificavéis, de explicações.....
Obrigada,
Olá, Leila.
Permita-me colocar sua dúvida nos seguintes termos (caso eu esteja errado, por favor me conserte): “Gostaria que me ajudassem a entender melhor a função das expressões “determinações observáveis e regularidades verificáveis”. Elas dizem respeito a tudo o que a ciência pode comprovar e explicar?”.
Sim, Leila. Você entendeu perfeitamente a ideia do texto. Faz parte do método científico a necessidade de comprovação das hipóteses através das experiências; tudo aquilo que, pela observação da experiência, pode ser determinado e quantificado (regularidade de um evento) está habilitado a se tornar uma lei científica. 
Obs.: tomei a liberdade de reformular sua pergunta porque ela não estava totalmente clara. Por favor, procure se empenhar em tornar suas ideias as mais claras possíveis, isto é fundamental para que o conhecimento possa ser compartilhado. Vejo que você está no caminho certo.
Caso a dúvida persista, não hesite em perguntar!
Atenciosamente, Marcio Francisco.
Gostaria de tirar mais uma dúvida, com relação a redução do papel da Filosofia face ao poder da Ciência em que cita: A filosofia havia se transformado em apenas um momento do fazer metodológico do investigador.
Como se deu este processo? 
Como podemos perceber no texto 1, a filosofia ganhou força desde a antiguidade como um modo autêntico de investigação da realidade e de busca da verdade, de modo que alcançou o posto de determinadora das verdades, tornando-se a detentora do saber. Contudo, com o desenvolvimento científico, a filosofia – que se amparava nas teorias metafísicas para dizer o que era a verdade – perdeu espaço para as ciências, que, por sua vez (como vimos na sua pergunta anterior), pretendia alcançar suas certezas através de dados observáveis, extraídos das regularidades presentes na experiência. Sendo assim, resulta deste processo histórico que não é mais a filosofia quem passa a determinar as “verdades”, mas a ciência; restando à filosofia apenas avaliar a validade do método de investigação utilizado pelas ciências para buscar estas verdades. Fui claro? Caso as dúvidas permaneçam, estaremos prontos para ajudá-la ainda mais. 
Atenciosamente, Marcio Francisco.
Prezados tutores, mais uma vez peço que me elucidem.
A filosofia transpos os tempos , os dogmas, pensamentos, verdades ditas iquestionaveis, porque o homem é por natureza questionador, um pesquisador de si e de tudo que o cerca / ou a filosofia se transformou, ao passar dos tempos se questionando a si mesma, o seu fim e o seu papel , como auxiliar nesta busca incessante do homem por respostas?
Rosa
Cara Rosa,
Permita-me corrigir a sua colocação, até porque sua questão não ficou muito clara para mim:
"A filosofia transpôs os tempos [isso eu não entendi], os dogmas, pensamentos, verdades ditas inquestionáveis, porque o homem é por natureza questionador, um pesquisador de si e de tudo que o cerca?
Ou a filosofia se transformou, ao passar dos tempos, em um auxiliar nesta busca incessante do homem por respostas, questionando-se sobre si mesma, sobre o seu fim e o seu papel?" 
Resposta: não entendi muito bem a sua contraposição. Você coloca de forma que pareça que uma opção é diferente da outra, mas elas parecem complementares. 
Primeiramente, sempre foi o objetivo da Filosofia questionar sobre as coisas, dentre elas as coisas que consideramos como verdadeiras. Sócrates mesmo colocava em xeque as afirmações dos seus discípulos sobre coisas que eles achavam que eram verdadeiras, mas não tinham nenhum embasamento sobre, eram só "achismos". Assim, um assunto que a filosofia sempre se questionou foi sobre a nossa fundamentação daquilo que afirmamos como verdade - ou seja, colocando em questão tudo aquilo que pensamos ser verdadeiro, todos os nossos dogmas e essas verdades que parecem inquestionáveis. E isso se deve, claro, a nossa natureza questionadora. Mas colocar apenas desse modo parece simplista, não? Porque todos nós temos essa natureza questionadora, mas nem todos colocam em questão assuntos como esses.
Segundo, a Filosofia é uma auxiliar nessa busca por respostas. A gente não se questiona só pelo prazer de questionar, a gente se questiona buscando respostas e soluções. Talvez a gente não as encontre, e continue apenas se questionando, mas isso não exclui a nossa vontade de ter as respostas. E se a Filosofia é um meio para se questionar sobre essas coisas, ela também é um meio para procurar as respostas, já que é a partir do questionamento que procuramos certas respostas. 
Não sei se a minha resposta cobriu aquilo que você perguntou já que, como disse acima, sua pergunta não ficou totalmente clara para mim. Caso não tenha respondido, ou surja outra questão, não hesite em perguntar. 
Abraços,Carolina Muzitano.
Boa noite, Estou com algumas dúvidas em relação ao texto 1 e peço que me ajude. 
1ª dúvida: Na página 4, o autor diz que a filosofia passou a ser vista, genericamente, como um modo de ser. Mas como era vista anteriormente?
2ª dúvida: Pelo que entendi, nas páginas 4 e 5 o autor diz que quando a filosofia se transformou em algo natural, acessível a todos, tornou-se genérica, perdeu tudo aquilo que significou. Então deveria ser preservada entre a elite somente?
3ª dúvida:O que é filosofia do ponto de vista democrático, que o autor menciona na página 8?
Ingryd, 
1. Dizer que a filosofia é um "modo de ser" nada mais é do que o nosso uso corriqueiro que fazemos da palavra filosofia, como "cada um tem a sua filosofia", ou "a filosofia de vida". O que isso quer dizer é que a filosofia passou a ser considerada como algo individual, que diz respeito a cada um e que é subjetiva. Como Gramsci afirma na citação presente no texto 1: "Conforme o tipo de experiência de cada um, será a filosofia de cada um". 
Mas a Filosofia não era (e nem é) isso. O estudo da filosofia sempre foi objetivo. Isso quer dizer que aquilo sobre o que a Filosofia se questiona pode ser questionado por qualquer um, e que as respostas apresentadas a estas questões podem ser aceitas ou discordadas. Ou seja, não existe uma Filosofia de cada um. Por exemplo, quando a Filosofia se questiona sobre a Educação, a questão não é sobre a minha experiência particular com o sistema educacional, mas sim sobre a Educação como um todo. Na Filosofia, as questões não são sobre contextos específicos (educação no Rio de Janeiro, ou educação no Brasil), mas sim questões gerais que valem para cada situação particular. 
Contudo, a Filosofia passou a ser vista como "modo de ser" devido a uma valorização das ciências. Anteriormente, não havia tantas divisões na ciência como há hoje, por exemplo, a Psicologia é uma ciência relativamente nova, e extremamente recente comparada com a história da Filosofia. A ciência que estuda a Educação (ou seja, a Pedagogia) é igualmente recente. Certas questões que hoje são objetos de estudo da pedagogia, então, eram questões levantadas pela filosofia. Logo, a filosofia era vista como uma ciência - um questionamento e respostas baseadas em argumentos racionais e que, assim como as respostas das outras ciências (física, astronomia, matemática, etc.) era avaliada como sendo verdadeiras ou falsas.  
2. Primeiro, cuidado com o uso da palavra "natural". Normalmente usamos a palavra para expressar algo que é criação humana. Nesse sentido, então, filosofia não pode ser natural.
Não é que a filosofia deveria ser restrita apenas a elite, mas isso depende de que "elite" estamos falando. Com a banalização da filosofia, considerando-a como um "modo de ser", a filosofia passa a ser algo natural no sentido acima - algo que todo ser humano tem e exerce comumente, querendo ou não. Assim como é natural pensarmos, seria natural filosofar. Mas filosofia não é sinônima de "pensar". Ela é um questionar-se, como vimos, sobre coisas mais gerais e universais, e que possui um método questionador específico. Ou seja, não é questionar-se só por questionar (isso deve ficar mais claro no decorrer da disciplina, quando você tiver mais contato com a filosofia). De certa forma, então, a Filosofia, enquanto estudo, está restrita a uma elite. Por exemplo, é exigido certos conhecimentos sobre significados dos conceitos filosóficos. Você, que está iniciando agora nos estudos de Filosofia deve perceber isso mais claramente. Quando não se sabe certas palavras, certos conceitos filosóficos, os textos não parecem fazer tanto sentido, a compreensão fica mais complicada. E isso é uma certa forma de elitismo, pois exclui da discussão aqueles que ainda não sabem o que tais conceitos significam. É claro que podem vir a saber e aprender tais conceitos e, quando isso ocorrer, farão parte desse grupo capaz de debater sobre as questões filosóficas.  
3. Esta questão creio que é mais fácil de ser respondida considerando o próprio texto: 
"Portanto, sob a perspectiva democrática, isso é, à luz do projeto de autonomia individual e coletiva, a filosofia não é a atividade espontânea pela qual as sociedades criam seus costumes, valores, representações e finalidades, mas a forma sistemática e deliberada de interrogar esta criação."
Ou seja, afirmar a Filosofia como sendo democrática é negar essa concepção de filosofia como "modo de ser", ou seja , negar que a filosofia seja natural, espontânea. O fato dela ser democrática marca a característica da filosofia poder ser debatida, discutida. Creio que, com as respostas acima, fique mais claro porque a filosofia é democrática. 
Espero que essa (longa) resposta te ajude nas dúvidas. Caso persista ou tenha outras questões, não hesite em nos perguntar.
Att, Carolina Muzitano
ps.: todos os textos desta disciplina foram escritos por uma autora, a Lilian do Valle.
Olá,
1) “... a definição filosófica da  educação voltou a buscar na radicalidade de sua tradição de questionamento, seu caráter instituinte. Este caráter instituinte da filosofia seria somente fazer as proposições e os questionamentos? 
2) Lemos que na área da educação, as diferentes disciplinas dificilmente convergirão para a compreensão organizada e harmônica  da realidade humana e social. Seria importante tal convergência para a educação? 
3) Em fins do século XIX, Friedrich Nietzsch afirmava que só seriamos de fato modernos, se abraçássemos o nihilismo, isto é, negar todo o princípio religioso.Seria somente negar o princípio religioso? 
4) Por que alguns críticos pós-modernos renunciam à filosofia como práxis e a educação  como ação deliberada e racional? 
5) Por que o fim da filosofia significaria o fim da liberdade???? 
Lemos que a liberdade não está  apenas ameaçada pelos regimes totalitários e autoritários e, sim, mas escondida pela atrofia do conflito e da crítica, pela falta de questionamentos, incapacidade de questionar o presente e as instituições existentes. 
Eu gostaria que vocês me fizessem compreender como estou participando filosoficamente contra o   domínio deste governo corrupto??? Seria através de reuniões no trabalho, conversas com amigos. Não consigo perceber o sentido filosófico, sei que possuo liberdade de pensamento.
6) No compreendi o termo Zoon politikon, vocês poderiam me explicar melhor??? 
7) .“ O homem não pode tornar-se um verdadeiro homem senão pela educação. Ele é aquilo que a educação dele faz.” 
Sei que não  é um questionamento sobre o texto, mas é a respeito da educação. Vivemos em um país  liderado por muitos corruptos e, muitos deles passaram por  uma escola, tiveram “educação”. Que espécie de educação foi esta?
Vocês não acham que em nossas instituições educacionais não estão faltando uma educação que vise valores morais, éticos, referências cristãs e amor ao próximo, porém realizados  de maneira digna e respeitável??!!!
Prezada Jeane, 
O caráter instituinte proposto pela filosofia ,sua essência, se é que podemos chamar assim, é provocar, questionar, duvidar do instituído, das bases fundamentais e fazer pensar, elucidar. Quando você coloca como  fazer SOMENTE proposições ou questionamentos me causa uma impressão de que esta prática não é relevante.Entretanto, quando a filosofia propõe esse questionamento, a dúvida das certas absolutas e imutáveis está proporcionando ao ser humano a possibilidade de exercer sua capacidade criadora de refletir, de se diferenciar dos outros seres vivos e está é uma atividade singular.
Em relação a questão 2, sugiro que você releia esta parte do texto, pois é exatamente uma crítica a essa convergência. Sua afirmação sobre a ideia de  Nietzsche  e os pós-modernos está baseada em que? Qual o seu contexto? Me explique melhor pois não ficou clara.
Já a sua 5 colocação deve ser feita a si mesma. É você que precisa se questionar, ver sua forma de atuação e possibilidade de intervir nas questões que você considera relevantes. Esse é o exercício da filosofia e as respostas não são dadas pelo outro, mas por si e talvez o mais importante não seja nem as respostas, mas as perguntas que vão surgindo neste exercício reflexivo.
Na  questão 6, gostaria que você retomasse a leitura do texto e tentasse descrever o que compreendeu do que leu, desta maneira podemos discutir melhor este conceito.
Aguardo suas contribuições, Maria Cecilia
 




Prezados tutores,

  Apesar de ter feito a AD1, e já esta lendo e postando minhas dúvidas sobre o texto 3, ficou algumas dúvidas a serem elucidadas. E uma delas, e o que significa este conceito filosófico "nihilismo".  Desde já agrdeço pela resposta, 

Prezada Rosa,

Vou tentar descrever basicamente a proposta do nihilismo, espero poder ajudá-la. O principal objetivo deste movimento é destituir das diferentes instituições: Igreja, Estado, Família o poder que exercia sobre o  homem, reforçando uma concepção materialista e positivista. Para esta corrente filosófica, toda e qualquer possibilidade de sentido, de significação da existência humana, inexiste. Não há forma alguma de se responder às questões levantadas pelo homem. Não há verdades absolutas, normas e preceitos morais. Na realidade, a origem da palavra, já descreve seus propósitos, pois vem do latim nihil, ‘nada’. 

Ajudei? Um abraço, Maria Cecília

Queridos tutores, na página 5 há uma definição de praxis segundo Aristóteles, gostaria que esta definição fosse mais esclarecida uma vez que entendo como práxis, e não sei bem se são a mesma coisa, uma atividade humana que ao se realizar busca sempre se aperfeiçoar ou está sempre em questão. 

Grata pela ajuda, Flávia Pennafort

Oi Flávia, 

Não entendi muito bem a maneira como você entende o que é Práxis. Poderia me dar algum exemplo, ou reformular a definição, para me ajudar a entender melhor o que você quis dizer? 

Em todo caso, você pediu que eu esclarecesse mais a definição de Aristóteles que aparece no texto. Para isso, é bom ter em mente a definição presente nessa mesma página do que é "Poiesis", que como o texto diz, poderia ser traduzida como fabricação. Práxis seria uma atividade que não fabrica nada, ela não visa a produção de nada exterior, mas têm o fim em si mesma, ou seja, o objetivo da atividade é a realização dela mesma.

Cabe ressaltar também que, o ponto principal dessa discussão é justamente o que a autora diz após a definição desses dois tipos de atividade. 


Não sei se isso deixou as coisas mais claras pra você. Caso a dúvida permaneça, não hesite em perguntar! 

Um abraço, Danilo Bantim

Queridos tutores, continuei com minha dúvida com a definição de práxis. Existe uma única definição para ela, ou existem pontos de vistas? Como a de Marx e a de Aristóteles. O que eu entendo por práxis é a ação e sua reflexão.

Agradeço a ajuda, Flávia Pennafort

Flávia, 

Marx retoma o conceito práxis de Aristóteles, dando um novo significado e uso a ele. Contudo, como o texto deixa claro, justamente com a relação entre práxis e poiesis, o conceito que é utilizado é o conceito definido por Aristóteles, ou seja, com o significado que Aristóteles dava para o termo, que é a definição que foi apresentada abaixo pelo tutor Danilo Bantim. 

Mas o que você entende por "ação e sua reflexão"? Sua idéia não ficou muito clara para mim. As vezes a sua compreensão do termo seja muito próxima, ou a mesma, do que Aristóteles pretendia dizer com o termo, mas você não desenvolveu a sua compreensão o suficiente para perceber este ponto de encontro. Tente escrever e explicar o que você está considerando como práxis, desenvolva mais sobre o que seria essa "ação e reflexão". As vezes, apresentar exemplos ajuda a entender melhor uma idéia. 

E poste-a aqui, é sempre interessante ler as suas opiniões, e incentiva a discussão, que trazem resultados positivos. 

Att, Carolina Muzitano.

Um exemplo de Práxis, para mim, seria o meu comportamento cotidiano, sempre sendo pensado, refletido, e a cada vez q eu mudasse de opinião sobre minhas atitudes (de forma critica - algo que eu perceba q possa melhorar) eu mudo meu comportamento.  

Pelo que eu entendi, para Aristóteles, não haveria este olhar crítico sobre o que se faz, a Práxis seria somente a ação, sem objetivo, ou objetivada na própria ação, como por exemplo o fato de eu estudar, com o objetivo de estar estudando, pois isso me faz sentir bem. E como a poiesis anda junto, além de me sentir bem estudando, eu tenho o objetivo de melhorar minhas condições financeiras, entre outros.  

Entendi bem, ou não?

Flávia, entendeu sim. 

Contudo, sua compreensão do que é praxis não é distinta da de Aristóteles. A definição de praxis, para ele, esá intimamente relacionada com a definição de poiesis. Poesis, como mostrou o tutor Danilo Bantim, é quando a nossa ação fabrica algo - ou seja, quando a nossa ação produz um objeto material.

Na nossa noção contemporânea, nós consideramos os nossos comportamentos como sendo uma consequência, como você mesma disse, das nossas crenças, dos nossos pensamentos. Assim, para nós, comportamentos são (de certo modo) produzidos pela nossa ação de crer e de pensar. Mas, ao fazermos isso, estamos objetivando o nosso comportamento, estamos considerando uma certa ação nossa como se fosse um objeto, o que não é. Aristóteles não via comportamentos e atos de raciocínio como coisas externas, como algo objetivo dessa forma. A ação de pensar e mudar um comportamento, assim, seria uma ação práxis, pois seria uma ação com um fim em si mesma, não uma ação que visa algo externo a si. 

Esse assunto sobre a contraposição entre práxis e poiesis não é fácil de compreender, algumas pessoas passam anos estudando para ter uma compreensão clara dessa distinção. Mas a compreensão que você tem é o suficiente para compreender os textos e o objetivo destes. 

Att, Carolina Muzitano

Queridos tutores, ao falar sobre poiesis e praxis, o texto tenta separar alguma coisa que não compreendi bem, mas que entendi que na Educação elas andam juntas, gostaria que me explicassem melhor esse ponto de vista do texto. 

Agradeço pela ajuda. Flávia Pennafort

Oi Flávia, 

Ao falar de poiesis e praxis, o texto tenta ressaltar que, na verdade, o impasse entre esses dois tipos de atividade é falso. O exemplo disso seria a educação, já que nela praxis e poiesis andam juntas (como você disse). 

Agora, para compreender melhor o que esse "andar juntas" quer dizer, você precisa compreender o que, nos textos, significa autonomia. Entendo isso, você consegue solucionar sua dúvida

Danilo Bantim

Oi Flávia,

Como já falei sobre a práxis na pergunta anterior, vou me focar aqui apenas na poiesis. Como diz no texto, poiesis se refere à atividades que não possuem um fim nelas mesmas (diferente da praxis), mas que visam um fim exterior a própria atividade: "a produção de alguma coisa objetivável, uma coisa ou um efeito sobre algo" (texto 2, p.5). Um exemplo disso poderia ser a produção de um utensílio qualquer. O ato de produzir tem, como fim, a confecção de alguma coisa exterior ao próprio ato. 

Não sei se ficou muito claro, mas caso a dúvida permaneça, não hesite em perguntar outra vez.

Danilo Bantim

A essas atividades que não têm, portanto, fim em si mesmas, mas cujo fim é sempre exterior, Aristóteles chamou de poiesis (que se poderia traduzir aqui como fabricação). E há, também, atividades que não visam a produção de nada: sua finalidade está em seu próprio exercício. Aristóteles denomina essas atividades, que têm fim em si mesmas, de práxis. Ora, essa distinção parece que não se aplica à educação. Para ela, a autonomia deve se constituir, ao mesmo tempo, em fim a ser buscado e na própria atividade.” (Página 5)

Não consigo entender o que vem a ser a atividade prático-poiética, nem relacioná-la a educação.

Desde já, agradeço.

Olá Ingryd,

 

A última frase do parágrafo acima deste que você transcreveu aqui é o ponto de partida para solucionar sua dúvida: "Por isso, diz Castoriadis, a educação é uma atividade prático-poiética".

Se a educação é uma atividade prático-poiética, precisamos entender o porquê dela ser chamada assim. E a resposta está presente exatamente no parágrafo de onde você retirou esse trecho. Ela é chamada assim pois, como diz o texto, o processo e o produto da educação se confundem, não podendo ser completamente distinguidos. Para melhor entender isso, você precisa compreender como que a questão da autonomia é abordada nos textos, assim como essa definição do que é praxis e poiesis que você transcreveu acima.

 

Espero tê-la ajudado, e não hesite em perguntar novamente caso tenha mais dúvidas (ou caso as mesmas dúvidas permaneçam)! 

Um abraço, Danilo Bantim

Olá,  

Mais uma vez venho dizer que estou fazendo uma nova leitura dos textos... por isso estou solicitando ajuda.  

1) Poderia me explicar a assertiva abaixo: 

"Sempre haverá, entre a legítima necessidade de compreender o humano e a realidade, uma enorme fenda, e esta fenda se chama criaçao". Esta criação se refere à formação humana?  

2) Quando se diz que a educação é um enigma é porque o seu objetivo está voltado para os seres humanos e o ser humano é um enigma, isto é, não é explicado? 

3) Ainda tenho dúvidas de que a educação é uma atividade prático poiética mesmo lendo a assertiva abaixo. Você poderia me ajudar ou me informar onde pesquisar para compreender melhor!! 

Há atividades que têm uma finalidade determinada, que visa produzir algo objetivável. A essas tividades que não têm fim em si mesmas, mas fim exterior significa POIÉSIS e há atividades que não visam a produção de nada, que tem fim em si mesmas, PRÁXIS.

Prezada Jeane, 

Na questão 1, quando o texto 1 afirma que entre as questões que se referem ao humano e a realidade não podem ser limitadas, mensuradas e conclusivas pois o poder de criação humana permite isso. A criação possibilita que o processo de formação humana seja  inédito, pois escapa às previsões e conclusões que restringem, engessam e desprezam essa capacidade.É também desta maneira que o texto descreve a educação como enigma, pois não é desvendável, não é possível previsões e conclusões, já que o objetivo da educação é a construção do projeto de autonomia, do pleno exercício democrático.

Em relação a atividade prático poética, o que você entende dessa assertativa que postou? Acho que o exercício da escrita, de pensar e escrever com suas palavras o que entende da leitura é importante para a sua formação e reflexão. O que acha de você postar isso e discutimos juntas a respeito desse conceito?

Um abraço, Maria Cecília

Olá, 

Visando a autonomia humana. 

Quando Cornelius Castoriadis diz a respeito do analista da psicanálise que não lança mão do seu saber é para afirmar que teorias, pensamentos externos não irão ter influências no seu modo de pensar, pois ele é livre e sabe o que quer? Pois a teoria não pode explicar o fenômeno pelo qual o homem é e como ele é? 

Quando diz "demônio de Sócrates" seria pelo motivo de Sócrates ser um pensador e ter influências e até mesmo ser um persuador? 

agradeço antecipadamente o help!!!

Olá, Jeane.

Tenha mais atenção com a escrita e preocupação com a clareza das suas questões. Antes de responder suas dúvidas, tomarei a liberdade de fazer algumas alterações, para você ver se eu entendi exatamente sua pergunta:

“Acerca da autonomia humana, umas das questões trabalhadas no texto 2, quando Cornelius Castoriadis fala que o analista não lança mão do seu saber, é para afirmar que as teorias e os pensamentos externos não irão ter influências no seu modo de pensar, pois ele é livre e sabe o que quer e a teoria não poderia explicar o fenômeno pelo qual o homem é e como ele é?

Quando o autor diz "demônio de Sócrates", seria pelo fato de Sócrates ser um pensador e ter influências, e até mesmo ser persuasivo?

 Agradeço antecipadamente o help!!!” 

O autor não está querendo dizer que a teoria “não serve para nada”, mas que, apesar das diversas teorias (que podem inclusive influenciar seu modo de pensar, e que, por isso, ele deve procurar conhecê-las), o ser humano não pode ser limitado por elas, já que faz parte da essência de todos nós a criação e a abertura para o novo.

Sobre o “demônio de Sócrates”, o termo demônio deriva de Daemon (uma divindade que Sócrates afirmava auxiliá-lo no processo de alcance do conhecimento). Sócrates afirmava que não conhecia a verdade, mas que, por causa da ajuda da divindade, ele seria capaz de reconhecer se alguém conseguiu conceber ou não uma ideia verdadeira. Relacionando a filosofia socrática com o trabalho do analista, o analista não poderia contar com a teoria para obter total conhecimento sobre o paciente, mas seria capaz de dizer quais teorias não fariam sentido para explicar o quadro clínico observado, estando, desta forma, aberto para o novo.

Atenciosamente,

Marcio Francisco.




 
Prezados tutores,

No texto 3, pude entender que a educação, entendida pela filosofia é prático-poiético, pois não pode ser explicada pela ciência e pela técnica, por ser uma criação  humana.

A partir deste conhecimento questiono, como a filosofia poderá nos dar caminho par a uma mudança de visão da educação hoje apresentada, já que em sua maioria é baseada em métodos, e a filosofia nos mostra o caminho da autonomia?

Como lutar com uma educação alicerçada em ideologias, essas voltada para a alienação do indivíduo?

Desde já agadeço pela respostas,

Até breve. Rosa

Rosa,

não há uma resposta fácil e pronta para estas questões - e é esse o ponto central dessa diciplina. 

Primeiro, a Filosofia pode mudar a nossa visão sobre a Educação do modo como isso parece estar ocorrendo com você. Por exemplo, você está se questionando, nesse momento, sobre as questões se a Educação pode de fato ser explicada puramente em termos científicos e pelos seus métodos, e está se questionando sobre a importância da autonomia. Pelo que parece, pelo modo que você apresentou sua questão, você percebe que a Educação e o método educacional não são tão simples quanto apenas aplicar um certo método. E dizer isso não é apenas dizer que a Filosofia nos mostra aquilo que já sabemos - que a educação é importante na nossa formação e para a nossa vida. Mas a Filosofia nos mostrará também o porquê uma educação é importante na nossa formação como cidadãos, e o porquê a educação não pode ser inteiramente explicada por uma ciência.

Segundo, como ir contra um sistema já estabelecido é sempre uma questão complicada. No caso da Educação é mais complicada ainda porque, na prática, nós temos que levar em consideração o contexto no qual nos encontramos - a cultura do lugar, a faixa etária dos alunos, qual a matéria de ensino, etc. Enquanto que a Filosofia nos ajuda a perceber que a Educação é um ato muito mais rico e complexo do que supõe um posicionamento científico, só a prática poderá nos auxiliar sobre qual será o melhor método, em um certo momento e em uma certa situação, para alcançar o objetivo da autonomia. 

Além disso, se tivéssemos respostas prontas para tais questões sobre como ter sucesso no processo de ensinar uma autonomia aos alunos, caíriamos na mesma crítica feita à ciência e aos métodos educacionais: estaríamos tentando reduzir a Educação a um método definido, e a Educação não pode ser reduzida. 

Espero que isso tenha ajudado.  Abraços, Carolina Muzitano.

Peço ajuda para compreender alguns pontos abordados no texto.

1º: Gostaria de entender melhor as dimensões técnicas e científicas da educação.

2º: "E, como a virtude – qualidade que define o cidadão e o homem – depende do conhecimento exato e da inteligência rigorosa das coisas, o problema já pode ser deslocado: não se trata tanto de definir se a virtude pode ou não ser aprendida, mas de que maneira e em que condições é possível conhecer." (pág. 9)
Gostaria de um esclarecimento maior a respeito deste trecho.


3º: O texto mostra como opostas as ideias de Platão e Rousseau, mas em algum ponto de tornam incomuns?

3º: A respeito do conhecimento escolar, podemos dizer que é o objetivo central da educação?

Prezada Ingrid, 

Muito bom ver que você tem se esforçado para compreender melhor os textos da disciplina. O texto procura pensar nos limites e possibilidades da educação, do conhecimento escolar para a formação humana. Neste sentido, não devemos desprezar a importância do conhecimento científico e técnico da educação, mas este conhecimento não pode e não deve substituir o pensamento humano, a construção de sua autonomia. Este processo de constituição e construção da autonomia deve ser valorizado pois exige esforço, dedicação, rigor, não é uma tarefa usual  e comum, mas uma atividade que pressupõe o exercício de sua própria capacidade de pensar.

Um abraço, Cecília

Prezados tutores,

Depois de procurar o significado para o conceito de "sofista", fiquei com um pouco de dúvida sobre seu significado. Peço que me ajudem a compreender

Prezada Rosa, 

Em resumo, os sofistas se opunham à filosofia pré-socrática alegando que pregavam ensinamentos contraditórios e errôneos para a pólis. Desta maneira, substituíram a reflexão pela natureza pela arte da persuasão.Ensinavam técnicas que auxiliavam as pessoas a defenderem o suas ideias e pensamentos contrárias para que, dessa forma, conseguissem seu espaço. Eram chamados de céticos pois desprezavam algumas discussões feitas pelos filósofos, inclusive por Sócrates, que se rebelou contra eles dizendo que desrespeitavam a verdade e o amor pela sabedoria.

Bem, espero tê-la ajudado. Um abraço, Maria Cecília