Aula 23 – Implementando ações afirmativas na educação brasileira
ações afirmativas na Educação brasileira. Selecionamos três exemplos
fundamentais: o da Educação Especial, o da Educação Indígena e o da
política de cotas.
As políticas afirmativas ou políticas de discriminação positiva ou
políticas sociais compensatórias – são ações do Estado ou estimuladas
por ele, voltadas para grupos específicos, historicamente discriminados.
Nota-se, portanto, que o significado efetivo dessa modalidade é
propiciar um trabalho educativo especializado no que diz respeito aos
“currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização
específicos” para aqueles que possuem especificidades.
programas integrados de ensino e pesquisas, para oferta de Educação escolar bilíngüe e intercultural aos povos indígenas,
É necessário ressaltar que essa atuação do Estado é decorrente das
reivindicações indígenas de décadas, influenciadas, como já vimos, pelos
estudos culturais a partir da década de 1960, que ressaltavam o efeito
pernicioso de uma Educação que desconsiderava as especificidades
históricas e culturais das comunidades indígenas, além de constatar que o
controle da Educação pelos colonizadores europeus foi um eficaz
instrumento de dominação e de perda de identidade dos diversos povos
nativos da América.
a polêmica foi importante para o enfrentamento desse grave problema
social: o do acesso das camadas mais pobres da população e dos
afrodescendentes à Universidade Pública, Assim como forçou a revisão das
primeiras leis, limitando o percentual da reserva de vagas a 45% em
cada curso das universidades estaduais.
Aula 24 – As condições de trabalho docente nos diferentes tempos históricos – séc XVII ao XIX.
O ato de educar permaneceu como uma tarefa da igreja, construiu-se uma
concepção de professor que devia unir vocação e sacerdócio. Houve a luta
entre a igreja protestante e a igreja católica, como também a disputa
entre os interesses burgueses e os interesses da aristocracia.
A partir do séc. XVI, surgiu a necessidade de abrir escolas para camadas
mais amplas da população e o clero não podia atender a essa demanda,
por isso foi necessária a colaboração de professores leigos. Professor
era aquele que professava a fé e fidelidade aos princípios da
instituição e se doava sacerdotalmente aos alunos.
Os professores deveriam ser formados em escola normais laicas e se
tornarem funcionários do estado. As promessas de formação de professores
em escolas laicas e estatais não se concretizaram no séc. XVIII e
continuaram no séc. XIX.
A industrialização muda as relações de trabalho e o processo de
urbanização. Para executar as suas tarefas precisava ter instrução e
saber dividir racionalmente sua tarefa com outros. No séc. XIX, o
trabalho do professor começou a passar por mudanças significativas,
tornando-se mais complexo e controlado pelo estado. Desencadeou-se uma
acirrada luta entre reacionários e liberais, conservadores e
progressistas, para saber quem teria a hegemonia do processo
educacional, foram polos antagônicos desta luta: a igreja e o estado.
O movimento de restauração de caráter conservador opunha-se aos avanços
do pensamento liberal que defendia a escola pública e laica e a formação
do professor deveria se fundamentada em bases técnico-profissionais. E
no séc. XIX surgiram movimentos de professores que defendiam os
princípios liberais e lutavam por uma organização profissional.
A profissão docente foi se tornando um ramo do serviço público, e o
estado passa a se encarregar das instituições escolares, controlando o
trabalho docente, para que este garantisse o fortalecimento da ordem
econômica e social.
Movimentos sociais que lutavam pela melhoria da educação e das condições
do trabalho docente, o movimento socialista e a organizações docentes
denunciavam as condições precárias dos prédios escolares, o número
excessivo de alunos em sala de aula, a excessiva burocracia do estado no
sentido de controlar o trabalho docente, a qualidade de formação dos
professores e os baixos salários.
Houve a necessidade de ampliar o número de escolas e criar mecanismos
para promover, organizar, e controlar o sistema público de ensino e
também controlar a profissão docente.
No Brasil foi iniciada uma discussão significativa sobre a criação de
escolas normais, no sentido de possibilitar uma formação adequada áquele
que exercia o magistério, pois queriam acabar com os professores
improvisados. Esta discussão também abriu espaço para o questionamento
das condições de trabalho docente, buscando caminhos que pudessem
melhorar o exercício do magistério, mas, ao mesmo tempo, também foram
estabelecidos os mecanismos de controle do trabalho docente.
Aula 25 – As condições de trabalho docente nos diferentes tempos históricos séc. XX
- O trabalho torna-se tão simplificado e parcelado que passa a ser uma
tarefa rotineira e insignificante. Esse processo de produção trouxe as
seguintes conseqüências para o trabalho no mundo contemporâneo:
• a separação entre o processo de trabalho e seu objetivo, que é a
satisfação das necessidades do trabalhador; • o trabalhador perde o
controle sobre seu processo de trabalho; • o trabalho deixa de ser uma
atividade criativa e passa a ser uma atividade pré-organizada, sem
autonomia e submissa a regras; • o predomínio da economia de tempo,
perdendo-se o caráter qualitativo das tarefas, pois cada vez mais se
enfatiza a máxima “tempo é dinheiro”; • a perda do controle da
regularidade e da intensidade do trabalho.
o trabalho do professor no século XX, o consideram uma atividade
intelectual que mantém um forte vínculo com o Estado porque, com o
aparecimento do capitalismo, separa-se a sociedade civil do Estado e o
ensino passa a ser visto como dever do Estado.
O professor deveria ser formado, preferencialmente, em nível superior,
com um currículo que contemplasse a Biologia, a Filosofia, a Psicologia e
a Sociologia e outros conhecimentos que possibilitassem uma sólida
formação científica.
A partir de então, deveria existir o inspetor escolar, o supervisor
educacional, o orientador educacional, o administrador escolar e o
professor. Sendo que as quatro primeiras atividades teriam como função
primordial o planejamento de ações pedagógicas e o professor deveria
executar o que era planejado.
devemos considerar que: a) nesse período, a profissão de professora era
uma das poucas opções para o universo feminino; b) ao sair do Instituto
de Educação do Rio de Janeiro, a professora tinha emprego garantido na
rede pública de ensino; c) a remuneração da professora primária era
bastante significativa, na segunda metade da década de 1940 e ao longo
da década de 1950.
Constatamos que o trabalho docente sofreu, nos últimos trinta anos, uma
grande desvalorização e a condição financeira do professor do primeiro
segmento do Ensino Fundamental aproxima-se, algumas vezes, a da classe
proletária.
características do trabalho, criadas a partir do modo de produção
capitalista, estão presentes atualmente no trabalho docente, como: o
aumento das tarefas, o parcelamento do trabalho, a impossibilidade de
planejar integralmente suas atividades e a economia de tempo para fazer
as atividades exigidas pela escola; ou seja, o professor tem pouco tempo
para executar as suas tarefas.
Aula 26 – O jogo das representações mútuas: como professores e alunos percebem seus papéis sociais.
A primeira fonte que os professores utilizam é a informação direta sobre
as características e o comportamento dos seus alunos, obtida com a
observação no decorrer dos primeiros contatos. A informação indireta vem
através de outros professores, pais, relatórios orais (como por
exemplo, os que acontecem nos conselhos de classe) etc.; ela também
incide nas representações. E uma terceira fonte é derivada da
organização do sistema educacional, que fornece um conjunto de dados,
como por exemplo: histórico escolar, residência, nível de escolaridade
dos pais, classe social, situação familiar.
a observação continuada, que será produzida durante as atividades de
ensino e de aprendizagem desenvolvidas em aula. É por essa razão que
existem variações nas interpretações dos professores acerca de turmas e
alunos.
A imagem do “aluno ideal” que o professor possui – que, em geral, inclui
a adequação às normas da escola; a dedicação; o esforço, entre outras
tantas características – age como um filtro para interpretar as “reais”
características dos alunos com quem interatua.
imagens de “professor ideal” – como se mostra afetuoso, disponível e
respeitoso com seus alunos; competente quando explica os conteúdos;
habilidoso na resolução de conflitos e situações comprometedoras – e
assim constroem as suas representações.
as representações que se constroem na situação educacional levam cada
protagonista a esperar de seu interlocutor determinados comportamentos e
a atuar de acordo com o que espera do outro.
Aula 27 – Os esquemas de controle da profissão docente.
- a cultura docente constitui o componente privilegiado da cultura da
escola como instituição, a que Pérez Gómez (2001) denomina como
estrutura de participação social e de estrutura de tarefas acadêmicas. A
cultura docente se presentifica nos métodos que são utilizados nas
aulas, na qualidade, no sentido e na orientação das relações
interpessoais, na definição de papéis e funções que os professores
desempenham, nos modos de gestão, nas estruturas de participação e nos
processos de tomada de decisões.
- todo projeto de inovação educacional precisa levar em conta a cultura
docente, pois tanto a mudança quanto a transformação da prática
pedagógica cotidiana não estão assentadas apenas na compreensão
intelectual das pessoas envolvidas, mas, fundamentalmente, em seu desejo
de transformar as condições que herdaram da cultura docente.
- por um lado a cultura docente determina os valores e os modos de
interação próprios de cada escola, por outro lado sofre o efeito das
pressões e das expectativas externas, das exigências relativas aos
processos de socialização e dos demais agentes envolvidos com a escola.
- Os processos de ensino e aprendizagem, o currículo, os modos de
avaliação e seus significados, a organização institucional, a função da
escola, os próprios papéis docentes, o desenvolvimento do indivíduo, os
processos de socialização dentro e fora da escola, assim como o sentido e
a evolução da sociedade, se constituem como componentes – mais bem
definidos ou, não, refletidos e sistematizados –, do conteúdo da cultura
docente.
- as características mais relevantes que definem a forma da cultura
docente: • Isolamento do docente e autonomia profissional. •
Colegialidade burocrática e cultura de colaboração. • Saturação de
tarefas e responsabilidade profissional. • Ansiedade profissional e
caráter flexível e criativo da função docente.
- Flinders (1988) caracteriza três espécies de isolamento: o primeiro é o
isolamento como estado psicológico – no qual a insegurança pessoal ou o
medo à crítica confina o professor à sua sala de aula. O segundo é o
isolamento ecológico, que está determinado pelas condições físicas e
administrativas que definem seu trabalho: E, por último, o isolamento
adaptativo – entendido como uma estratégia pessoal que busca o próprio
espaço de intervenção, a fim de preservá-lo de influências prejudiciais
do contexto.
- A colegialidade burocrática refere-se ao conjunto de procedimentos
impostos pela administração, como por exemplo, planejamento, projetos,
escolha de livros didáticos para o próximo semestre etc.
Aula 28 – O mal estar docente.
A cultura da colaboração está fundamentada em dois aspectos mutuamente
implicados em todo processo educacional: de um lado o aspecto cognitivo,
o debate de idéias que promove a descentralização e a abertura à
diversidade. Do outro lado, a dimensão afetiva, o clima de confiança que
autoriza o indivíduo a se abrir às experiências alternativas, a correr
riscos e ao desprendimento pessoal, sem sentir-se ameaçado do ridículo,
da exploração, da desvalorização da própria imagem ou da discriminação.
múltiplas conseqüências prejudiciais da intensificação laboral do
docente, Hargreaves (1994) ressalta a falta de tempo e de tranqüilidade
para que o professor possa se concentrar na tarefa de atender aos alunos
dentro e fora da sala de aula, refletir sobre o sentido de sua
atividade e se formar nos aspectos científicos e culturais que compõem a
base de seu pensamento e de sua sensibilidade.
para outro grupo de professores, sem dúvida um grupo minoritário, é
possível encontrar saídas para a incerteza e para a perplexidade. O
primeiro passo é desconstruir as estruturas e funções obsoletas
presentes na cultura docente. Depois, lutar contra a acomodação acrítica
e as pressões ou exigências exteriores do mercado. A seguir, é
imprescindível um aprofundamento teórico sobre a tarefa docente e a
reconstrução compartilhada da cultura escolar e do papel social do
professorado.
A perspectiva psicanalítica concentra no campo estabelecido entre o
professor e seus alunos as condições para o aprender, sejam quais forem
os conteúdos. A psicanálise batiza esse campo com o nome de
transferência. Revelada no campo específico da relação médico-paciente,
Freud percebeu a constância com que a transferência também ocorria nas
diferentes relações estabelecidas pelas pessoas no decorrer de suas
vidas.
Aula 29 – A sociologia da educação
A Sociologia é uma área de estudo que se preocupa em compreender as
relações sociais estabelecidas coletivamente pelos homens em cada um dos
lugares onde vivem.
As concepções de abordagens sociológicas: *O pensamento durkheimiano -
Para Durkheim (1978 e 1984), a Ciência Social deveria estudar os “fatos
sociais”, isto é, o conjunto de ações e relações que são criadas
coletivamente e impõem aos indivíduos uma coerção. Pensar a Educação
como parte do processo de socialização dos indivíduos e grupos,
assumindo as formas de comportamento social previstas pela ordem
estabelecida e fazendo com que cada um seja parte de um todo
organicamente estruturado. A educação tem o objetivo de reproduzir a
cultura para socializar os indivíduos para que eles vivam de acordo com o
contexto cultural. *O pensamento marxista - A percepção de Marx (1978 e
1984) está baseada nas relações de produção, que ele entendia como
fundamentais e determinantes. A Educação é, portanto, um instrumento
para formar os indivíduos segundo a mentalidade burguesa e prepará-los
com as capacidades para o trabalho que atenda aos objetivos de
acumulação de capital, lucro e competitividade das empresas. Por isso, a
escola é um órgão responsável pela reprodução dos valores e do saber
dominante e da reprodução da força de trabalho, por meio da qualificação
profissional. A vida escolar é organizada em currículos, séries e
níveis desde o que conhecemos por Ensino Fundamental até o Ensino
Superior, para a manutenção e o desenvolvimento do sistema
socioeconômico. Na visão marxista, a escola é organizada para manter a
desigualdade das condições de classe, pois serve a um projeto geral de
dominação que se perpetua, com raríssimas possibilidades de os membros
das classes dominadas aproveitarem, efetivamente, as oportunidades e
chances de ascensão social. *O pensamento weberiano - A terceira
concepção clássica da Sociologia foi feita por Max Weber (1971), que
desenvolveu uma explicação baseada no conceito de ação social. Ele as
qualificou como todas as ações humanas dotadas de sentido. Neste caso, a
vida social é um conjunto complexo de interações entre indivíduos e
grupos que se influenciam reciprocamente na maneira de pensar e agir. As
ações sociais possuem características tais como: fins (objetivos),
valores (avaliação), afetos (sentimentos) e tradições (costumes). Neste
caso, podemos entender a Educação como ação social, onde ensinar ou
aprender podem ser entendidos a partir dos propósitos do sistema de
ensino, da apreciação do fim do conhecimento, do prestígio social, do
poder e do ganho financeiro que se torna possível com a obtenção de um
diploma. Podemos ainda pensar o ensino-aprendizagem segundo o maior ou
menor envolvimento emocional dos atores em nome da vocação profissional,
simpatia/antipatia por áreas do conhecimento etc. Podemos também
entender a Educação por meio da organização do modo de ser/pensar da
escola através de seu ethos: hábitos, identidades, costumes, valores,
práticas e rituais.
Questões sociológicas contemporâneas na educação - 1) Concepções
funcionalistas: justificam a maneira pela qual o sistema social
capitalista deve funcionar, tal como ele tem sido ao longo dos anos, e o
papel que a Educação desempenha nele. 2) Concepções críticas: criticam a
função da escola na estrutura capitalista. Esta concepção se subdivide
em: a) perspectivas reprodutivistas, b) perspectivas gramscianas, c)
perspectivasfrankfurtianas, d) perspectivas foucaultianas.3) Concepções
interacionistas: preocupam-se em centrar as análises nas interações
existentes na interação entre os membros de uma comunidade e a maneira
como eles constroem os significados da vida coletiva.
A nova sociologia da educação: “Nova Sociologia da Educação” (NSE) para
denominar um campo de estudos onde as trilhas de análise se misturam um
pouco entre si. Isto significa que podemos estudar a desigualdade social
e seus efeitos perversos na educação das camadas populares não somente
por meio da estrutura socioeconômica, mas também a partir da percepção
dos indivíduos e grupos mais pobres. Uma ênfase importante da NSE foi a
discussão do currículo feita por Young (2000), que passou a
interpretá-lo como um artefato cultural que se constrói nas relações
sociais por intermédio de formas de controle e da imposição de saberes
que são considerados mais rentáveis e legítimos do que outros. A NSE
passou a dar ênfase também à vida de subculturas relacionadas a gênero,
etnia e demais identidades sociais que são construídas, reforçadas ou
desqualificadas no interior do espaço cultural e escolar.
Aula 30 – Educação, memória, comunicação, artes, estética e sociologia.
Padrões estéricos e prática educativa: envolve processos racionais, de
elaboração, planejamento e estudo, e que, além disso, devemos considerar
toda uma conjuntura histórica, na qual encontramos diferentes
concepções e manifestações artísticas.
Artes: Para repensar esses modelos estéticos é preciso adotar juízos que
permitam outras possibilidades, cabendo ao professor proporcionar meios
para que os alunos percebam e entendam a realidade de modo
diversificado.
Arte na educação: a importância da arte na formação do homem, pois ao
brincar com as aparências, jogar e construir novos mundos, tanto o
adulto quanto a criança podem dar vazão às suas emoções, e assim, os
problemas do cotidiano podem ser traduzidos ou deslocados, peculiarmente
as dores, em obras de arte, que se tornam um bálsamo salutar para as
agruras corriqueiras. É essencial que se cultue as atividades lúdicas em
sala de aula. Essas atividades, porém, não devem ter cunho meramente
criativo, nem ser consideradas práticas secundárias em relação às outras
disciplinas; ao contrário, devem ser respeitadas como uma área de
conhecimento autônoma, com conteúdos específicos.
Arte e educação: Arte e Educação se mostra como um instrumento
fundamental para o desenvolvimento de técnicas que permitam exercitar a
imaginação, a auto-expressão, a descoberta, a invenção e,
conseqüentemente, o potencial transformador único.
Os meios de comunicação: A função dos meios de comunicação. No primeiro
modelo, eles se tornaram apenas o veículo de difusão da opinião e no
segundo, se tornaram a fonte da opinião pública. Contribuem para a
barbarização da cultura e para a alienação, investindo mais no
sentimentalismo e no entretenimento do que na reflexão racional e na
conscientização voltada para a emancipação social. No entanto, para
outros, os meios de comunicação contribuem para a democratização do
acesso à cultura, sendo um elemento importante para a conscientização e
para a educação da população, apesar de seus efeitos maléficos. Edgar
Morin nos fala que a indústria cultural trabalha com um aparente
paradoxo: burocracia-invenção, padrão-individualidade.
Educação e comunicação: Pode-se perceber essa influência nos educadores e
nos familiares no momento em que mantêm certa preocupação com as
crianças e os jovens que estão em contato direto como os meios de
comunicação, e de como interferem na formação, nos hábitos e nas
atitudes de cada um, gerando violência e um apelo ao consumismo.
Informação: O educador precisa lembrar-se de que existem várias
implicações pedagógicas no processo educativo como, por exemplo: a
linguagem adotada pelos meios de comunicação no dimensionamento das
formas de pensar e de agir do aluno. A identidade e a subjetividade são
formadas pela linguagem audiovisual. Não há como desenvolver o processo
ensino-aprendizagem sem as referências estabelecidas pela mídia
eletrônica, principalmente sem a interatividade. Entre as riquezas de
informações que o texto oferece, merece destaque a seguinte definição de
linguagem: é uma instituição fundamental para pensar a constituição e o
funcionamento da sociedade. Sem ela, não seria possível a existência de
idéias, valores, hábitos, costumes, saberes e práticas estabelecidas na
sociedade.
Piaget: Piaget é de que as crianças constroem a sua inteligência social e
moral no transcurso da sua intervenção em interações sociais e em um
processo de adaptação constante às circunstâncias sociais, desde as
relações entre pares até as relações de autoridade. O código de leis da
escola precisa ser interpretado por cada aluno, constituindo-se em uma
das aprendizagens vitais para a convivência social nesse espaço
institucional.
Vygotsky: Uma pessoa pode trabalhar e resolver um problema ou realizar
uma tarefa de uma maneira e em um nível que seria incapaz de conseguir
individualmente ( zona de desenvolvimento proximal). Como um campo
dinâmico, em constante processo de mudança através da própria interação.
Sociologia da educação: tem como objetivos: identificar as principais
concepções sociológicas da Educação e compreender a contribuição da
Sociologia para pensar a Educação em suas idéias e ações.
Memória e educação: a Antropologia nos oferece conhecimentos muito
interessantes sobre o lembrar e o esquecer que podem ser pensados como
elementos elásticos que requerem concentração e atenção, estando sempre
juntos e em estado de equilíbrio frágil. Marc Augé nos aponta o retorno,
a suspensão e o começo (ou recomeço) como as três formas de
esquecimento que se manifestam em práticas culturais, que podem ser
exemplificadas respectivamente no rito do candomblé, no desfile das
Escolas de Samba e na imagem de Lot e a mulher fugindo de Sodoma.
Comunicação e memória: Ela nos leva a refletir sobre memória social, que
é um campo que demanda constante investigação, pois nela pode-se
encontrar muitos elementos que contribuem para a formação e para o
enriquecimento de nossas identidades como povo, grupo ou indivíduos. Ao
mesmo tempo nos propõe, para estudos futuros, o repensar sobre a memória
do futuro, uma vez que é no presente que realizamos escolhas, mas elas
constituem o fio tecido para o que virá.